sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Só querendo

Eu queria que minhas mãos atadas pudessem acariciar teus cabelos
Queria que meus lábios te contassem meus segredos
Queria não ser mais dona de tais medos
Queria ser presenteada com teus beijos
Ser fruto dos seus desejos
Entender os teus anseios
Ser seu espelho, fazer parte do teu meio.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Era segunda feira...

Ao lado de fora da porta da sala, curvada e chorando, abraçada aos joelhos soluçava balbuciando dores sem sentido.
Ele então, contrariando a ordem dos fatores futuros, sentou ao lado da moça, ergueu sua cabeça e perguntou motivo de tanto sofrer.
"Eu pareço atraente aos teus olhos?"
Ela perguntou tão baixo que foi quase um cochicho entrecortado por soluços e lágrimas
"Porque essa pergunta?"
"EU PAREÇO ATRAENTE AOS TEUS OLHOS?" Agora era já um grito, tanto horror e medo dessas palavras saíram que ele a sentiu dentro de si.
A beijou.
A beijou tão ardentemente e pedinte, um desejo tão fluente, uma vontade quase incontável, tão densa, tão viscosa, concreta, malvada e maliciosa, um querer tão puro, tão intimo.
As línguas dançando em sintonia, uma resposta, uma fantasia, um despertar de um pesadelo.
Um cessar de lágrimas.
Um sorriso dela para ele.
Um sorriso dele para ela.
Era uma segunda feira, dentro da sala eles comemoravam o fim de uma etapa, ali fora os dois festejavam o inicio de outra.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Melancolia com adoçante, por favor

Depois que você partiu, não existia mais nada a temer
Depois que o medo se foi, o vazio me preencheu
Depois da saudade, de toda aquela vaidade e dos sorrisos esperançosos
Eu entendi que era enfim, o fim

Depois de o fim de tudo, não tinha mais nada a temer
Eu suportei cada estranha nova dor que me atingia quando você dizia
Dizia que se ia, que amor não mais havia e que somente pena de sí esvaía
Eu tinha medo e era isso que lhe afastava daqui

Eu deveria, eu gostaria e sei que você esperaria
Depois que seu olhar me apontou com aquele adeus
Assim que pela porta foi todo o seu eu
Soube então que nada restou, nem mesmo o medo
Nem mesmo o medo

Depois que você partiu, não havia mais nada a temer
Porque não havia mais nada.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Pequena mastigada IV

De tantas voltas que seu mundo deu, tonteou e finalmente caiu.
Caiu em sí.

Pequena mastigada III

Toda vez que ele partia se partia em mil pedaços.

Pequena mastigada II

Sempre lhe faltava o ar ao lembrá-lo
Um calor subia-lhe o corpo, era paixão...
Ela sabia, ele não.

Pequena mastigada I

Nos momentos de ócio da princesa, nunca lhe vinha o príncipe na cabeça.
Só pensava no sapo entediado...

Dinossauro expresso

Esses dias eu vi um dinossauro.
Ninguém acredita em mim, mas eu sei o que eu vi!
Eu tinha recém pintado as minhas unhas, tava deitada na cama olhando pela janela do meu quarto para o céu ensolarado e lá passou ele, voando, tranquilamente...
Era um daqueles pterodactilos, e não, não era um pássaro, eu não confundi, eu não uso drogas.
Ele só não tava no tamanho normal que eles falam na televisão, era um pouco menor.
Na verdade bem menor...
Só sei que vi um dinossauro.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Vapor

A gélida brisa e as luzes emitidas pela lua emergiam a cena e a deixava com o ar romântico propicio ao que o rapaz e a moça tinham em mente.
Estavam os dois sentados na varanda, apreciando o céu estrelado e conversando baixo, embora sem haver necessidade, já que estavam sozinhos. Ele era dois anos mais velho que ela, mas totalmente inexperiente. A garota, embora nova e donzela, exalava um ar de maturidade sedutora, como uma leoa de fronte à sua caça assustada.
Timidamente, ele se aproximou do corpo dela, e nesse instante os faróis de um carro passando pela rua, iluminaram o rosto claro e sorridente da sua acompanhante.
O seu coração pulou.
Ele a amava e a desejava tanto que sentia sua cabeça e sua virilha arder.
Ela, com similar sensação, olhou no ínfimo dos olhos enegrecidos pela noite do garoto e em movimento impetuoso e súbito, o beijou.
O seu salto para dentro dos assustados braços do garoto fez com que caíssem no gramado em frente à casa.
Riram.
Voltaram ao beijo, pouco se importaram aonde e como estavam.
A velocidade aumentava, as mãos dele corriam de forma feroz pelo corpo da menina e ela havia se grudado aos cabelos curtos dele e conseguia sentir suas pernas amolecendo e perdendo o controle.
Quando o ar se tornou necessário, tomaram fôlego e se levantaram.
Adentrando a casa, ele a conduziu até seu quarto mostrando uma onda de coragem e serenidade que não refletiam o que ele realmente estava sentindo. Dentro dele, era como se bolas de fogo ardiam e explodiam em partes que ele não conseguia controlar.
Ela o fez sentar na cama com um leve empurrar do seu tórax e sentou ao lado dele, Voltaram aos beijos.
Ele apertava a cintura com força precisa e ela se deixava levar pelos movimentos que o próprio corpo emitia como certo.
Seguiam seus instintos.
Ele descia os lábios ao pescoço da moça, e de leve mordicava-o, levava suas mãos agora aos seios dela.
Tão macios, tão redondos e perfeitos. Precisava senti-los além do leve algodão que cobria sua pele
Ela como se entendesse as vontades do garoto, retirou em movimentos lentos e sensuais a batinha azul floral que usava.
Ele a queria.
Ela o queria.
O ardume dos corpos enroscados e faiscantes era tão palpável que envolveria até mesmo o menor voyeur de todos os humanos.
Ele foi dela, ela foi dele.

Os corpos nus molhados de suor, as suas almas cansadas e completas de forma inigualável, fechavam a noite e abriam as portas para o dia que se mostrava, também, interessado na cena que enfim terminara.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Um para viagem, estou com pressa

O tempo parece um inimigo quando se está impaciente. Ele te olha com ar sardônico e irônico, sorri com lábios atrevidos e se arrasta de forma torturante, até parecer murmurar: "Paciência!"
Eu, bater de pés, estalar de dedos, cruzar braços, lamber lábios... E o tempo se arrastando, parece mais se afastando estar do que andando na minha direção. Tão falso.
O tempo parece um inimigo quando se está feliz. Ele te olha com ar sardônico e irônico, sorri com lábios atrevidos e sai correndo, te impedindo de abraçá-lo, ele parece não tocar o chão, tamanha é sua velocidade.
Até parece gritar: "Adeus!"

Capuccino

Julian abriu os olhos e verificou se estava sozinho na cama. Suas mãos alcançaram a pele nua e quente das costas de Fabíola
"Então não era um sonho" cochichou para sí mesmo.
Ela se mexeu e ele temia tê-la acordado com seu murmúrio. Sentiu que a respiração dela não havia se alterado, continuava dormindo.
Começou a forçar a memória a lembrar de algo que proibisse o momento da noite anterior, e não conseguiu recordar-se de nenhum impedimento.
Aquilo era seu mundo: ele, Fabíola, a cama, o calor...
Ambos alimentados por um amor que há pouco fora fortificado com o prazer em sua primeira noite com a amada.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Café da empresa, feito pela D. Ângela

Dentro de mim existe uma saudade, uma saudade sem razão, uma falta sem por que.
Sinto falta das chuvas de verão, de quando eu acordo sem preocupação e passo o dia com estranha disposição.
Saudade de correr por correr, sem ser feio, sem querer aparecer.
Saudade de quando eu brincava ou quando perdia noite e noites lendo, saudade de passar o dia na cama, de jantares cobertos por conversas em tom alto, saudade da falta de malicia e maldade, saudade dos cafés de manhã nos sábados ao meio dia...
Ai que saudade da rede no domingo, dos pés descalços na nossa grama, de uma gama de sensações que só se é possível quando se é criança.
Saudade de um futuro tão presente em mim, saudade de estar entrelaçada, de estar em teus cuidados, saudade tão ansiosa essa que sinto...
Saudade que está por vir, saudade essa tão fantasiosa, mas tão imersa em profunda realidade de algo que se concretiza a cada beijo e que se aproxima mais a cada olhar.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Nota do autor

Se eu colocasse no papel tudo o que eu escrevo na mente enquanto caminho sozinha, já teria uns cinco livros.

Dedos

Valerie entrou na sala e encontrou seu irmão.
“Val, porque suas roupas e suas mãos estão neste estado?”
O rapaz perguntou assustado e temia a resposta.
“Eu o matei.”
“Como? Por quê? Quando? Valerie Mendonça, por nosso senhor Deus, quem você matou?”
“Calma, primeiro preciso me limpar desse sangue imundo! Espere aqui.”
Falou tranquilamente e saiu resmungando alguma coisa.
Dalton encheu o copo de uísque, notou que suas mãos estavam tremulas.
_
Valerie volta depois de algum tempo. Está limpa e sorri para o irmão.
“O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ?”
“Por Deus, Dalton, porque esse berreiro?”
“Você chega coberta de sangue, dizendo que matou alguém... Quer que eu fique como?”
(A irmã ri)
“Matei o meu marido, faz... (olha o relógio) uma hora e meia.”
“Como?”
“Ah, ia ser com um tiro, mas depois que eu dei a primeira facada, me pareceu tão divertido que desisti da primeira idéia.”
Ela ri.
Como você pode rir disso? Jesus! Porque você fez isso?”
“Aquele canalha, sacana, vagabundo...
Fui dar uma volta pela cidade e resolvi ir à casa de Julian, fazia tempo que não a via. A vadia, rameira, estava na cama com o meu esposo. Isso foi há uma semana, mas eu só o matei hoje porque queria fazer uma cena.”
“Eu não acredito que você o matou!”
“Matei, matei com as próprias mãos” (Diz com orgulho)
“O que você fez?”
“Hoje no jantar, fiz com que Julian estivesse presente e depois da ceia, matei Mattew na frente dela.”
“Onde ela está agora?”
“Deve estar em algum hospital...”
“Tenho medo de perguntar, mas o que você fez com ela?
“Foi tão divertido, irmão, eu cortei seis de seus dedos e fiz ela engolir três, engoliu também a minha aliança!”
“Você é o diabo Valerie, você irá pro inferno, eu espero que no juízo final, o meu senhor seja piedoso com você”
“Faça-me o favor!”
“O que fez com o corpo?”
“Bem, errrrrr... Exatamente por isso que eu vim falar com você...”

Mattew ainda jazia na mesa do jantar.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Monólogo

“... Talvez -”

“Hum, bem pensado caro Joel, se ela me procura, é porque sente a minha falta, e não me teme como eu achava que o era... Mas a nova questão é, como eu devo chamá-la para sair comigo, mas de uma forma que não demonstre que eu a desejo mais que o ar que eu respiro?”

“... Olha, eu acho que -“

“Claro, como eu não pensei nisso antes, Joel, você está me surpreendendo hoje com a sua perspicácia! Obrigado!”

“De nada...”

Joel deu os ombros e deixou a sala calado, como havia entrado.

Jantar

Na noite da reunião, com todos já sentados à mesa, suas taças parecendo nunca estarem cheias suficientemente, todos gargalhavam a qualquer balburdiar bobo.
Joel, já falando mais que o normal, puxou pelo braço, de forma delicada, a moça ao seu lado, concentrando todas as suas forças na língua para que sua fala saísse melhor que um urro de babuínos famintos, tamanha era a sua nervosidade.

“Lumara, ouça, preciso conversar-te, mas somente a ti interessa”

“Sem problemas, mas podemos aguardar um instante para que o efeito do vinho passe, assim poderei recordar do que me dirás.”

“Sem problemas...”

Os dois pararam com a bebida e depois de tempo suficiente, os dois se ausentaram da mesa, algo que passou despercebido pelos demais convidados de Joel.

“A noite está linda, não é Joel?”

“Tão linda quanto seus –“

Antes que pudesse terminar a frase que a tanto tempo sonhava em dizer, Lumara o abraçou de forma diferente e o beijou de jeito apaixonado, fazendo que o gosto do mel que vinha de sua boca, e o cheiro de rosas que exalava do seu corpo deixasse Joel atordoado e aceso estranhamente.

“Eu, eu, eu...”

A frase que ensaiara tantas vezes, e repitira de tal forma orativa, agora parecia vazia diante do sentimento tão grandioso que percorria suas veias.

“Eu te amo, eu te amo, e sinto como se pertencesse a seus olhos, suas mãos, seus domínios. Minha alma está tão presa a sua, que mal vejo modo de me afastar.”

“Mas não há motivos para isso” Disse Lumara, sorrindo.

“Eu sei que não, nunca nos toquemos, pouco nos falamos, dificilmente nos vimos, não há moti-“

Antes de completar o pensamento, a garota o beija mais uma vez.

“Não, tolinho! Não há motivos para nos afastarmos, pois te desejo e te amo de mesma maneira.”


Beijaram-se mais uma vez, e diversas vezes mais.

Auto Suficiência


“Recito-te cem monólogos se isso te satisfaz, te escrevo mil poemas, se isso te faz ficar,”

“De nada adianta, serão palavras vazias, assim como o meu coração” (ênfase no meu)

“Eu não me importo, meu amor é auto-suficiente, se permaneces, fico feliz. Mas se você for, se me abandonas, arruma um jeito de matar duas almas dentro do meu corpo”

“Mas eu não pertenço a você!”

“Mas eu pertenço a você. Nada de mim é existente sem a sua presença, sem você aqui, aqui do meu lado.”

“...”

“Me perdoe se te amo dessa forma.”

Carro

“PARE A DROGA DO CARRO!”

“PARE VOCÊ COM ESSA CHORADEIRA!”

“POR FAVOR, por favor, eu quero ir embora, para o carro, eu juro, eu vou embora, nunca mais volto, nunca mais falo contigo, sequer te verei mais, juro arrumar um jeito de fazer com que nossos caminhos nunca mais se cruzem, então por favor, pare o carro...”

Aí, quem caiu no choro foi ele.



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Empolgação

"Empolgação - substantivo fem singular.
Estado geral de assombro, de arrebato, de entusiasmo forte. Demostração sem restrição das emoções e as idéias"

Então, pra você que mora em Marte, lindo vizinho, lindo planeta vermelho...
Fiz um blog, ainda não sei bem porque, mas é uma idéia que eu cultivo dentro da minha cabeça faz um tempo, resolvi colocar em pratica agora... Véspera de uma recuperação de uma prova de física, é o meu pretexto pra não estudar.
Acho que vou falar de tudo aqui, de mim só um pouquinho, porque eu nem sou tão legal assim...
Acho que eu estou meio drogada, é o sono, amanhã tenho que acordar cedo pra ir pra escola, tentar sobreviver a matérias que eu não suporto, tudo em prol do meu futuro promissor!
Eu gosto de chiclete, Trident de Canela é o meu preferido, e gosto de café preto e bem docinho, por isso o nome do blog, eu tava pensando em criar um personagem ou coisa parecida, mas acho mais legal que você leitor amigo (vamos dizer que você exista), saiba que é a minha opinião que está sendo exposta.

Agora eu vou "estudar" física, meu travesseiro é pós graduado em Calorimetria.

Até :)