quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pequena mastigada XXXVI

A sua agradabilidade me torna alguém odiável.
Ou seria o contrário?

Eu ouvi dizer que você gosta de mim

És de todo ar e fumaça
Me sustenta, me sufoca
És de alegre tristeza
Me chora, me sorri, me ignora
És de um medo corajoso
Minha base firme de um castelo de areia
És fogo em superfície solar
És calor e suor em minha pele
Meu febril congelamento
És de sutil grosseria
És aquarela em madeira velha
Me pinta, me contorna
És dominador do meu corpo, do meu sexo, do meu suspiro de prazer
És dono de meus gritos
Meus gritos de dor, meus gritos de alivio
És barulho em madrugada quieta
És abraço morno em dias frios
Meu carma, meu cara, meu amor.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Pequena mastigada XXXV

Todos disseram adeus, eles foram, fiquei eu.

Pequena mastigada XXXIV

O que me faz ser menos eu além de eu mesmo?

Pequena mastigada XXXIII

Nada te eleva mais que o poder de ser você.

Mais uma de amor

Enquanto meus lábios conseguirem pronunciar teu nome, venha até mim
Enquanto meus braços abraçam seu corpo, seja meu
Enquanto meus olhos enxergarem, sorria para mim
Enquanto eu viver, deixa eu te amar.

Pequena mastigada XXXII

Quando a gente cresce, parece que esquece como era fácil ser feliz.

Mais uma sobre sexo

Era janeiro
Ajeitou o cabelo na frente do espelho
Olhou o relógio com um pouco de medo, os ponteiros marcavam uma hora da manhã, um minuto e meio.
Ficou de joelhos, abriu-lhe a calça com receio, sentiu na face roçar alguns pentelhos e concedeu com a boca, gemidos de prazer ao parceiro.

Pequena mastigada XXXI

Embriaga-me com essa tua vontade de viver.

Pequena mastigada XXX

A luxúria refletindo nos sapatos recém lustrados.

Pequena mastigada XXIX

Os cabelos grudados na face vermelha e escondida em agonia
Lágrimas lavam-lhe as dores de olhos cobertos por sombrio medo.

Pequena mastigada XXVIII

Deixa o vento profetizar os seus suspiros de um tempo de paz.

ão era ece

A pretensão de uma assombração que não foi em vão, me cobrou a mão, sumiu com meu chão e coberto num clarão, recebi a confirmação do seu não.
Quem de dera, numa nova era você voltar a ser quem era, viveríamos de novo aquela primavera, molhados pela chuva que entrava da janela que mostrava a paisagem da nossa pacata ruela.
Mas nem sempre como a gente quer, acontece, não importa o quanto peça, se foi reza ou se foi prece, parece que Deus sempre esquece aquelas pessoas que merecem e a dor, como um cara, prevalece.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Borra de café

Envolto na neblina
Correndo em direção qualquer
Um tiro no escuro, tão clichê.

Um pulso, uma ação, uma nação
Nada ocorre normalmente desde que o errado deixou de ser certo
Desde que o breu da tua ausência cobriu o clarão da minha felicidade.

Desde que a chuva deixou de cair
Tudo o que consigo ver é você ir
Continuo perdido mesmo ainda vivendo
Tão infeliz, tão seu

Vazio de mim, cheio de nada
Agonia que a madrugada traz
Escuridão repleta de lembranças

Eu só tento
Só sabia ser seu
Aprendi com você o que era perder, assim que te perdi

terça-feira, 14 de junho de 2011

Um pouco de sangue no açúcar

O cheiro doce do vinho se misturava ao aroma do sangue que manchava a vestimenta,
O sorriso malicioso do assassino combinava com os olhos cerrados de prazer enquanto observava o último apelo de vida da sua vítima.

Pequena mastigada XXVII

Nos meus pensamentos, os suspiros carregados de libido que molhavam a minha memória me permitiam um calafrio cheio de tesão escorrer por minhas costas.

Café aguado

Guardava nos olhos o ardor do passado com o brilho fumegante de quem relembra tempos bons.

sábado, 21 de maio de 2011

Twitter, sem creme, por favor.

"Pois eu me sinto quente, me sinto preenchida de uma certa pureza e felicidade que o mais divino dos anjos jamais conheceu." 7/5

"O chato de chorar é que você não chora só pelos olhos, você chora pelo nariz junto." 8/5

"Agora, enquanto durmo, deleito o sonho de ter do meu lado a cada instante aquele a quem entrego meu amor." 8/5

"E agora uma trapaça cheia de incógnitas em forma de poema, um dilema sobre esse meu amor feito de algemas." 9/5

"E agora que eu evito-as, sinto falta das minhas reclamações." 9/5

"Depois de um tempo você percebe que o simples é o mais confortável." 9/5

"Que caiam as gotas quentes do chuveiro, molhando minha pele nua e cansada, lavando o suor imáginario fruto das minhas fantasias." 9/5

"Ando tão nós, que já nem me importo em não ser mais só eu..." 9/5

"Dizer que te amo me enche por inteira" 9/5

"Gostaria de uma promessa, a certeza de que com você jamais existiria o destrato que já foi-me dado." 10/5

"Penso nas pessoas que me vieram e que logo se foram, penso no desperdício de sonhos, de planos e de tempo..." 11/5

"Necessidade nojenta de ser reconhecida" 13/5

"A cada olhar, a cada simples olhar, eu me entrego um pouco mais." 14/5

"Se eu fosse Deus, ia fazer as pessoas defecarem Twix e não bosta." 16/5

"De forma gritante e incerta, eu te quero, ah, como quero." 16/5

"Me explique, me indague, me suponha, me descreva, me decifra, me ame." 16/5

"E desabafei, falei das dores e de antigos amores, eu disse o que queria e o que temia, transformei um espaço entre nós, em zero. Éramos um." 17/5

"Durante um tempo de sua vida, a garota reclama quando a menstruação desce. Em outro, ela fica feliz quando isso acontece." 18/5

"Acho que fiquei mais decepcionada com a noticia de ele não estar morto do que a de ele possivelmente estar." 18/5

"Pensava intermitentemente na hipótese de ser sua pra sempre. Desejava isso enquanto o amava, enquanto era amada e se entregava." 19/5

"Hoje eu estou amarela assim como um papel envelhecido. Trago fatos interessantes, mas carrego certa idade que mal suporto as letras impressas" 20/5

"É como se você nunca tivesse amado outro alguém nem metade do que você ama agora, mesmo em tão pouco tempo" 21/5

"E o calor do teu sol afastou as lágrimas que me choviam o rosto." 21/5

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pequena mastigada XXVI

As pérolas em tuas orelhas só complementam as que saem da tua boca

Quando eu e você.

Quando seus lábios mentem, são meus olhos úmidos que sentem
Quando suas mãos se estendem, é meu corpo que se prende
Quando o suor se faz presente, é nosso amor que surge quente
Quando o seu não é imprudente, o meu sim te surpreende
Quando o escuro dos teus medos treme, meu abraço é quem te atende

terça-feira, 26 de abril de 2011

Pequena mastigada XXV

Chovia lá fora
Chovia meus olhos
E eu só via você indo embora

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Pequena mastigada XXIV

Ao seu lado, ela vestia somente o suor e o calor do fim do ato.

Declaração dos tempos de ginásio

Ninguém nunca me fez sentir do jeito que ele faz
Por isso, além de meu amigo, ele é o meu rapaz.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Pente, Dente, Lente...

O medo que me surpreende
O desejo que só ascende
O perigo crescente
A maçã, a serpente
O pecado, o indecente
O vermelho adjacente
O propósito transcorrente
A ignorância inerente
O caminho diferente
Esses nós, essa gente
Um precisar quente, que mente e é equivalente ao profano emergente.

Pequena mastigada XXIII

A ignorância alheia me diverte de um jeito maldoso. Acho eu, que minha vaga no inferno já foi reservada!

Pequena mastigada XXII

O pensamento é a verdadeira arma de destruição em massa, a persuasão é a sua bala e a palavra dita, o puxar de gatilho.

Pequena mastigada XXI

O meu eu lírico parece meio verde e morto, nostálgico e não pouco melancólico.

Pequena mastigada XX

Era uma vez uma história, mas logo se via que não era boa, pois começava com “Era uma vez”.

Dúvida

O amor também é instintivo?

Pequena mastigada XIX

Tenho medo de passar em branco, ser só um momento, uma gota de um oceano qualquer, uma lembrança embaçada, algo nulo, omitido, algo vazio.

Pequena mastigada XVIII

Dê-me tempo livre, uma caneta macia e papéis em branco, e então me tens por toda, em escrita.

Grande bosta é amor

O amor é uma grande bosta.
Bosta serve de adubo, assim como o amor.
Quando adubamos a terra com bosta, tudo nasce mais forte e mais rápido.
Quando adubamos a terra com bosta, as flores nascem mais bonitas, mais vivas, quando adubamos o corpo com amor, os sentimentos bons florescem, como as rosas, o carinho, como tulipas, a paixão, como petúnias, o querer. Mas para nosso desespero, tudo de ruim nasce mais rápido e forte também, assim como as ervas daninhas. E não adianta o quanto você arranque a saudade, envenene o ciúme, amasse a raiva, eles crescerão sempre, assim como os sentimentos bons, porque, afinal, o amor é uma bosta.
E bosta serve de adubo.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Pequena mastigada XVII

Eu sou uma lua perdida que precisa estar sempre gravitacionando em volta de um Terra que me compreenda.

domingo, 20 de março de 2011

Pequena mastigada XVI

As vezes me pergunto se meu coração não é uma peça complexa demais para você.

Pequena mastigada XV

Você não entende não é?
Claro que não entende, este é um conflito que você não está acostumado a vivenciar...

terça-feira, 15 de março de 2011

Eu não fiz esse sozinha, vide obs.

Entrei num novo patamar, uma fase terrivelmente nova, assustadoramente difícil, mas atraente como dormir sob a sombra de uma árvore em um dia de sol.
Resolvi deixar o orgulho de lado, me render, perder, esquecer os pensamentos desanimados, aqueles bem perturbados e até aqueles que me apagavam.
Deixei-me levar, voar, cair, mergulhar...
Sumir em teus braços e me envenenar com teus beijos.
Um fracasso saudável, sem males por um fim, sem guerras, sem lutas.
Fracasso tal, que sequer sei definir.
Idéias perdidas, sorrisos verdadeiros, partes de um novo destino.
Tudo aquilo que a mim foi cobrado,
A saudade, a falta, a ausência,
O medo.
Um brinde a paixão, e dois a raiva.


Obs.: Um obrigada ao segundo autor e dono desse texto, meu companheiro das padarias do Centro de Florianópolis, meu amigo e, bem, meu namorado, Nelito. (@nelitotuntunts)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Pequena mastigada XIV

Não me traga flores, quero sorrisos.

Pequena mastigada XIII

Uma corrida insensata. Uma corrida inacabada. Pés na areia da praia, o quente que atrasa a corrida imaginária. Uma corrida em câmera lenta. Uma corrida sonolenta.

Poesia Vogon

O sapo cacarejava a saída do avião que a platéia aplaudiu.
Que sentido fazia?
O prato vazio de aveias dormia.
O inconsciente do presbitério azulado confirmava a carga positiva do disparador de flechas no amanhecer.
Quem iria ver?
Lagartas afogadas pelas forças intranseantes no caldo epifânico da lamparina a base de molibdênio
O que queria?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Pequena mastigada XII

O amor que agora eu tenho, tão como uma supernova... O amor agora tenho, tão estranho, tão vermelho.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Pequena mastigada XI

Um suspiro... Nossas cores, nosso tempo, nossa luz, nosso amor.
Um suspiro, a realidade.

Café amargo

Depois do dia de hoje, tudo o que queria era tomar um banho quente, jantar e dormir.
A porta abriu e a bolsa e as sacolas do mercado foram jogadas no sofá Barbara chorava, seus braços doíam e a cabeça latejava.
Encheu a banheira e jogo metade do sal de banho preferido na água. Antes de entrar foi no armário e pegou a garrafa de vinho que havia ganhado de natal de sua vizinha. Teve algum trabalho com o saca-rolha, mas o esforço teria que vale a pena.
Tomou direto da garrafa um bom gole e já no banheiro, se despiu.
Entrando na água, sentindo cada poro de sua pele em sintonia com a temperatura, tomou outro gole. E mais outro em seguida.
Alcançou o pequeno espelho que ficava perto da banheira e se olhou.
Lágrimas negras secaram, formando um caminho de maquiagem derretida por seu rosto.
Outro gole de vinho.
Lavou-se com paciência, já sentia algum tipo de vertigem causado pelo álcool, e isso a deixou mais tranqüila.
Enrolada na toalha e andando pela casa com a garrafa de vinho na mão, Barbara procurava a bolsa para pegar um dos cigarros que havia comprado. Nunca fumara, não sabia qual marca iria gostar, então escolheu três famosas e trouxe para casa.
Outro gole de vinho, bolsa no sofá.
Acendeu um.
Acendeu o segundo.
Já estava no oitavo cigarro e na segunda garrafa de vinho.
Resolveu jantar algo pronto e pediu uma pizza e quando esta chegou, Barbara nem se deu o trabalho de vestir-se, foi abrir a porta.
E lá estava ele, o entregador de pizzas.
Moreno alto, aparentava estar nos seus 20 anos, ombros largos, olhos profundos e com um volume nas calças que surgiu ao ver a garota da porta ainda um pouco molhada e somente coberta por uma toalha.
Num intervalo de tempo imperceptível, ela jogou seu corpo com intensidade ao garoto, beijando-o selvagemente.
Pizza para um lado, cigarro para o outro, toalha e uniforme jogados ao relento da sala da pequena casa em que Barbara morava.
Fizeram sexo, fizeram amor, trocaram fluidos, energias, beijos e gemidos.
Ele vestiu-se, cobrou a pizza, desejou boa noite e foi embora, sem nem dizer seu nome.
Barbara se sentia bem e sóbria.
Precisava de mais vinho, acendeu um cigarro e voltou a encher a banheira.

Pequena mastigada X

E de repente um filme com final conhecido, as reações serão as mesmas.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Mesa para uma pessoa.

Estar sozinha é uma boa saída para qualquer situação.
Quando estou só, mas preenchida de mim, me sinto próxima do que realmente sou, e afastada das mais aparentes suposições.
Esse vazio de mim, esse cheio de eu, me faz aprender o quão desapegada sou das coisas, das pessoas. Mas me mostra o quanto fui ensinada a depender delas, como preciso delas.
Quietos são os ecos dos meus pensamentos, neste encanto absoluto onde só há eu a temer, só eu a julgar ou acusar.
Perco-me em criticas, me afundo em melancolia, me agarro às bordas desse buraco que me suga e me puxa em minha direção, a mim, a esta que escreve no silencio do agora, voando em devaneios, cortando-se em auto-avaliações, surgindo do nada, mudando, voltando, só ela, só eu.
Estar sozinha é uma boa saída para qualquer situação.
É um bom veneno para qual for a chateação, pode ser bom e bom pode não ser.

Pequena mastigada IX

Quem me dera acreditar em mim mesma.

Pequena mastigada VIII

O futuro concreto se mostra incerto quando você está aqui.

Pequena mastigada VII

Posso eu, jovem mortal, me perder no profundo enigma dos teus olhos?

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Pequena mastigada VI

Não desperdice todas as suas canções de amor com uma só pessoa. Não desperdice todas as suas canções de amor como se ela fosse a última pessoa a escutá-las.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Pequena mastigada V

I wanna taste the sugar of the clouds, but first, let me fly till sky.